Malhação X Senhora do Destino

Acho que tenho visto muita televisão. Minhas furunfadas todas são praticamente sobre fatos ocorridos nesta caixa que um dia já foi quadrada. Porém como um veículo de massa não posso deixar de me indignar com informações (se é que podemos chamar assim) que ali são transmitidas todos os dias ao longo de suas 24 horas.

Fico imaginando o que querem os canais com seus programas e ideologias. É incrível o poder, principalmente da Rede Globo, de atuar em causas quaisquer que venham a lhe convir. A força de um Galvão Bueno que foi capaz de prender um Argentino apenas com seus berros, embasado em uma convicção só dele de que havia acontecido algo realmente digno de tal ato.



Mas o que me intriga no momento, após dar uma folheada na Capricho do mês é a antagonia dos próprios programas da Globo. Cito duas novelas, Malhação e Senhora do Destino. Na primeira vive-se em um mundo irreal, cheio de perfeições e pureza, onde tudo o que foge a essa regra é do mal, e esse mal é quase uma caricatura.



Na segunda tenta-se forçar conceitos e ideologias não sei por qual motivo, mas que estão longe de serem reais e que jamais deixarão de causar estranheza.

Ajudado pelos temas das duas novelas estarem na mesma revista, imaginei que a intenção da emissora seria pregar que o mundo ideal da primeira possa ser continuado na segunda, não se os preconceitos fossem quebrados, mas se fossem considerados normais.



Fiquei curioso pra saber o que a revista falou no caso específico do lesbianismo, mas como isso era da edição passada, não saberei a não ser por alguma coincidência.

Por mais que a Rede Globo possa exercer uma influência fortíssima em todos os âmbitos da sociedade brasileira, é uma doce ilusão acreditar que alguns paradigmas possam ser mudados rapidamente apenas com a influência da televisão.



E não me venha com chorumelos!