Cantai uma nova canção...
Após glorioso triunfo do tricolor paulista o qual comemorei com homérica bebedeira nesta quarta feira, tomei parte em realizar meu rito neo-tecno-capitalista que consiste em me acomodar no sofá e zapear os canais da Tv a cabo disposto a encontrar algo que se não bom, pelo menos me induza à uma crítica qualquer. Trilha sonora para este momento: Lou Reed - Satellite of Love.
Mal se aproximando do quinto canal visto, me deparo com o canal 20. Opa!Canal local onde princesinhas da high society francana costumam aparecer nas badaladas baladas da cidade fazendo seu trottoir. Nada mal admirirar algumas ninfetas a esta altura do campeonato, com meu time recém triunfante de uma batalha, não iria mal nutrir pensamentos devassos àquela altura da noite.
Mero engano. A “Canção Nova” fazia mais uma de suas inserções...mas no canal local?!?! É o cúmulo! Devem pagar bem por tais inserções. E não nego que tal fé tenha inspirado a demanda de indulgências que pagavam meu salário há alguns meses atrás... mas invadir minha casa já é de mais.
Sem muitas outras opções, observei por instantes o programa que me chamou a atenção, isto pelo seguinte: este disparava orações aos quatro cantos, nada me espanta em um canal católico. Porém, o que me chamou a atenção foi o fato de que o apresentador (e narrador das orações) do programa era um cara mais jovem do que eu, enfim um novato. Me senti na posição de dizer isto. A igreja Católica, instituição que respeito, sendo representada em um canal local às duas da madruga por um cara cuja ignorância transparecia sem a necessidade de maiores celeumas. E que para cada dezena de nomes de necessitados de quem falava pronunciava um cântico bizarro assim: Shiribirikan balabailakabalibailá... Cacete! Eu, além de mais velho do que o sujeito e, apesar de ter vivido a maioria de meus anos em um colégio católico, nunca ouvira uma música dessa nas orações. Tá certo que “...cantai ao Senhor uma nova canção”, mas complemento para que não sejamos bizarros.
Frente a esta estranheza e observando o número do telefone que pululava na tela do canal, resolvi ligar e solicitar minha oração fictícia. Isto é claro me valendo dos serviços da operadora 14 que por questão de séria defasagem no sistema de administração da telefonia SP-MG regida pela ANATEL, me presenteia com a ausência de contas, vulgo “gato”. Liguei, e na primeira tentativa aguardei até ouvir uma mensagem: “A canção nova está no momento com todos seus atendentes ocupados, mas lhe deseja uma boa noite e uma benção”. Não satisfeito liguei novamente e fui atentido por uma operadora de telemarketing que além de voz terna e suave me suscitou pensamentos impuros sabe-se lá cargas d´agua porque (devo estar com encosto).
A fim de comprovar a seriedade dos intermediários de Deus, que cobram devidamente as ligações é claro, pedi uma suposta oração em nome de “Sérgio” (com um sobrenome outro qualquer) para um fictício parente chamado “Aristarco Pederneiras”, cujo nome me foi inspirado pelo simples fato de cômico ser sua pronuncia em um programa de tal estirpe. Resultado: o apresentador não pediu a oração alegando ao fim do programa que muitos eram os pedidos, mas que estariam orando por ele e Shiribirikanbalaiala....
Palhaço! Devoto que sou, rezei minha Ave-Maria e fui dormir. Depois julgam(mídia e opinião) não saber o porquê do novo Papa ser conservador....e não me venha com chorumelos! (muito menos com cânticos bizarros)
3 Comments:
Nossa chauffer, interessantes suas observações....será q uma gatinha naquela hora não ia ajudar a te deixar manso???
"manso"?...pelo contrário. Aí é que a noite ficaria boa.
...e não me venha com chorumelos!
Para entender corra atraz ,Jesus Cristo estar esperando você dar o seu sim ,ELE é atual,não fique no comodismo abra seu coração para o Senhor Jesus Cristo e ELE repousará O DIVINO ESPIRITO SANTO em vós para que você tenha o entendimento necessário para as coisas de DEUS.
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