Antepasto

Pois é amigos. Ainda meio ressacado pela sacolada na Copa do Mundo vejo que é hora de começar a romper a placenta de volta a vaca fria. Ainda não findou-se o certame mundial, mas já insisto em escrever algo que não tenha a ver com a Copa só pra já ir me acostumando, afinal o blog seguirá, e já bolando um plano para mandar o Prometeu para um campo de trabalho forçado na Sibéria durante a Copa de 2010.

Com a decepção brasileira, os jornais corriqueiros voltam a caçar notícia a todo custo. Ninguém esperava que tivesse que fazer isso tão cedo, pois estava todo mundo certo de que perturbar a mãe de jogador da seleção iria encher necessáriamente a linguiça até a primeira quinzena de julho pelo menos. Acho que já se esgotaram todas as colônias gringas do Brasil possíveis de serem atazanadas com perguntas da Copa do tipo "e o coração, fica dividido seu Manoel?".

É daí então que voltam os assuntos de "abusos de deputados", problemas nas "páginas de relacionamentos virtuais" (pra evitar a palavra orkut) e demais imbecilidades. Mas confesso que nada me agrada mais do que quando começam a surgir os sinais de uma forte crise no país. Tenho uma teoria de que em cada "momento social e político delicado" da nação, os apresentadores são escolhidos a dedo. É por isso que então montei este modesto "ranking do medo" dos apresentadores da crise.

É de se notar que uma crise é sempre precedida por um momento de calmaria, por isso em primeiro lugar elegi o apresentador Heraldo Pereira.

HERALDO PEREIRA


Heraldo que por vezes apresenta o Jornal Nacional só perde para o Evaristo Costa em termos de tempos pacatos, e é sempre indicado para apresentar notícias mornas daquelas que você nem larga o jornal da mão enquanto ouve. Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, ele falo, você ouve e depois assiste a sua novela tranquilo. Tem destaque só quando eleva a voz para anunciar os gols do campeonato brasileiro, depois do intervalo é claro.

Franklin Martins


Até pouco tempo Franklin povoava o topo do meu ranking. Seu tom de voz de que algo grande está para acontecer e os horários indigestos em que narra suas notícias, merecem aquela abaixada no jornal para olhar por cima do óculos o que está acontecendo na Tv. Geralmente suas aparições remetem a uma grande merda que está por vir. Os seus comentários a respeito da conjuntura são de dar frio na espinha de qualquer um.

William Waack


Se a crise tem um rosto, é o rosto de William Waack. Deveriam dedicar uma foto dele na enciclopédia na frente da palavra "crise". Suas olheiras instigantes e a expressão exaurida faz supor que o país está no caos e que o apresentador enfrentou 4 horas de congestionamento e atravessou 15 barreiras do exército entre escombros para chegar até a redação do jornal. É daqueles dignos de notícias caóticas, daquelas que o William Bonner até cita detalhadamente a data do ano ao começar o Jornal.

E fim de papo. Como diria o Faustão: "Aí, viu só! Tá mais do que na hora do pessoal começar a se espelhar no exemplo destas feras ae! O lôco!"

...e não me venha com chorumelos! (de volta)