Formigas
Começo de ano as pessoas ficam mais propensas a reflexões, pelo menos é o que parece. Por exemplo, eu, logo nos primeiros dias de janeiro, de volta ao batente, me deparei com uma formiga perdida andando em minha mesa. Por pouco não a aniquilei. Só desisti do ato pois comecei a pensar no que faria uma formiga em um ambiente como este.
Muito refleti sobre a condição desumana de vida das formigas, e em especial sobre a formiga que andava em minha mesa, a Jussara (eu dou o nome que quiser). Seria ela um foco de resistência contra a tirania exercida pela sociedade das formigas? Jussara, uma revolucionária que resolvera adotar costumes nômades, e quem sabe formar até uma nova espécie de formigas? Não sei, mas pode ser. Deixei-a em paz, e torci para que o ano de 2007 fosse grandioso para ela.
Para imaginar as razões que fizeram com que a Jú chegasse ao extremo de se afastar dos seus, segui a linha do meu sofrimento em trabalhar logo na entrada do ano. As formigas não devem ter férias, feriados, fins de semana, descanso remunerado ou quaisquer outros benefícios que qualquer criatura de Deus merece. Isso já basta para qualquer um em sã consciência querer uma revolução.
No mais, na única farra que todo ser vivo sexuado pode ter, o mundo é ainda mais cruel com as pobres formiguinhas. A formiga rainha, e toda sua volúpia sexual domina todas as relações, e como se não bastasse, ao invés de ser a “Geni” de todas as formigas, aquela em que todos aliviariam suas frustrações, resolve se comportar como a mulher de César, a dama que não precisa ser séria, e sim parecer. Como se o formigueiro todo não soubesse das peripécias da danada. Até parece que a Caras de lá não solta capa toda semana sobre o novo affair da rainha, isso se o youtube não tiver vídeos e mais vídeos.
Indo mais a fundo, imaginem a formiguinha escolhida para desfrutar a noite em companhia da tão desejada mulher. Glória? Talvez em um primeiro momento. Alegria incomensurável por saber que após longos períodos de trabalho árduo todo o esforço seria recompensado em uma noite de puro prazer. Logo depois então viriam os temores, os questionamentos. Será que valeria a pena trocar uma noite com aquela biscate por sua vida? E pior, como qualquer virgenzinha, com certeza a formiguinha morreria de medo de falhar na hora H. Além de morrer, nem o gozo da redenção a humilde teria. Muita pressão! Batata mesmo seria a ejaculação precoce, caso a coitada conseguisse superar a barreira da ereção. O pior então seria a nota na Contigo, de que o finado não levara nem poucos segundos para concluir o serviço.
Vida cruel esta das formiguinhas, nem mesmo a rainha que poderia ter orgasmos diários acaba se divertindo. Pior, não passa de uma puta rampeira qualquer, que nem cocaína tem para terminar de se afundar em sua ridícula existência.
E quem quiser que relacione a vida das formiguinhas reais com as humanas.
...não me venha com chorumelos!!!
1 Comments:
Pra pensar hein??
Bjs
Mi
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