Nacioneba Guardian, o Alterego
E ae macacada. Como todo ser "antenado" ao fim de um dia de trabalho de nabos, pepinos e abacaxis, quando voltamos para nossas choupanas com a sensação de que da labuta trazemos apenas nossos ossos, as misérias ganhas e o orgulho de um Homem labor, cumprimos todos o mesmo ritual frente a TV. Tira-se o sapato e dá-se o tratamento merecedor do qual o saco fora privado durante o dia devido às convenções sociais: a coçada. E isso se estende até o boa noite do jornal nacional. Tá, não venha dar uma de aro grosso e me dizer que chega em casa e vai fazer uma caminhada em seu bairro arborizado, ou vai numa vernissage (sei lá se escreve assim), ou pegar um cinema cultural ou ler um bom livro. Balela. Todos sentamos na frente da fogueira moderna e batemos o pão com mussarela e/ou peito de peru, se não quando o almoço do dia requentado.
Dentre nós, os mais afortunados são os que conseguem chegar a tempo de assistir a gazeta esportiva, e ainda ficar vendo o desespero do Celso Cardoso em terminar de apresentar este programa, colocar um terno correndo e apresentar o jornal seguinte como se nada acontecesse. De resto, procuramos sempre no duelo Record x Bandeirantes a melhor tomada de imagem de algum defunto no chão, a que mostra a melhor fila de congestionamento ou simplesmente a que melhor explora a dor alheia. Daí então é chegada a hora dos jornais regionais, quando as Tv´s barriga-verde da vida espalhadas pelo território tentam trazer às duras penas alguma informação útil. Inútil. É a árvore que caiu, a rendadeira do local, cultura regional e combate a dengue. E só.
Finalmente então às 20 horas vem da grobo "o jornal". O jornal nacioneba é a síntese, é o que precisamos saber, é o que vale, é o que é legitimado... é o Diário Oficial da União privado. Justo às 20 horas. Hitler costumava dizer que oito da noite é o horário em que o homem se encontra mais cansado, acabado, desiludido e portanto, sujeito à acreditar em tudo que ouve e vê. Não sei se é verdade. Mas costumo reparar em alguns aspectos do programa. Já cansei de pronunciar frases ao mesmo tempo que o William Bonner, passando por paranormal no ambiente, quando na verdade basta você ter lido um jornal para saber que a redação da grobo se utilizou do texto integral na caruda.
Porém, nada me diverte mais do que as caras e caretas dos apresentadores. Certa vez neste mesmo Chorumas, fizera eu um furunfo elencando os apresentadores de jornal pelo nível da crise político-econômica do país. Antepasto.Vide link: http://chorumelos.blogspot.com/2006/07/antepasto.html
Pois bem, agora me volto para a entonação das notícias. É impressionante o poder que as caras dos apresentadores do nacioneba exercem sobre nós. É sério, chego a me sentir culpado, envergonhado e também feliz quando convém. Destarte, registrei alguns flagras do William Bonner, depois de meticulosamente pausar as imagens no Youtube... puta saco. Lá vai.
Situação 1 - Denúncia
Dentre nós, os mais afortunados são os que conseguem chegar a tempo de assistir a gazeta esportiva, e ainda ficar vendo o desespero do Celso Cardoso em terminar de apresentar este programa, colocar um terno correndo e apresentar o jornal seguinte como se nada acontecesse. De resto, procuramos sempre no duelo Record x Bandeirantes a melhor tomada de imagem de algum defunto no chão, a que mostra a melhor fila de congestionamento ou simplesmente a que melhor explora a dor alheia. Daí então é chegada a hora dos jornais regionais, quando as Tv´s barriga-verde da vida espalhadas pelo território tentam trazer às duras penas alguma informação útil. Inútil. É a árvore que caiu, a rendadeira do local, cultura regional e combate a dengue. E só.
Finalmente então às 20 horas vem da grobo "o jornal". O jornal nacioneba é a síntese, é o que precisamos saber, é o que vale, é o que é legitimado... é o Diário Oficial da União privado. Justo às 20 horas. Hitler costumava dizer que oito da noite é o horário em que o homem se encontra mais cansado, acabado, desiludido e portanto, sujeito à acreditar em tudo que ouve e vê. Não sei se é verdade. Mas costumo reparar em alguns aspectos do programa. Já cansei de pronunciar frases ao mesmo tempo que o William Bonner, passando por paranormal no ambiente, quando na verdade basta você ter lido um jornal para saber que a redação da grobo se utilizou do texto integral na caruda.
Porém, nada me diverte mais do que as caras e caretas dos apresentadores. Certa vez neste mesmo Chorumas, fizera eu um furunfo elencando os apresentadores de jornal pelo nível da crise político-econômica do país. Antepasto.Vide link: http://chorumelos.blogspot.com/2006/07/antepasto.html
Pois bem, agora me volto para a entonação das notícias. É impressionante o poder que as caras dos apresentadores do nacioneba exercem sobre nós. É sério, chego a me sentir culpado, envergonhado e também feliz quando convém. Destarte, registrei alguns flagras do William Bonner, depois de meticulosamente pausar as imagens no Youtube... puta saco. Lá vai.
Situação 1 - Denúncia
"Denúncia. O Jornal Nacional revela com exclusividade um esquema de desvio de dinheiro envolvendo mais de 30 funcionários da Receita Federal. Os detalhes você confere logo mais...etc" O texto é sempre mais ou menos assim, porém a cara que precede a denúcia, com as narinas claramente dilatadas passam um ar de preocupação e seriedade jornalística inenarraveis. É a hora que você larga o jornal, tira a mão do saco ou deixa cair o garfo...tudo ao mesmo tempo às vezes.
Situação 2 - Reprovação
Essa cara de mãe que está vendo o filho de 3 anos mexer em prateleira de supermercado é única e costuma deixar a todos envergonhado. Só falta ele dizer "Ó, o moço tá olhando." Geralmente esta cara de reprovação não leva texto, e é sempre posterior à uma reportagem vinda de uma grobo regional do norte onde alguma autoridade ou figura pública é acusada de fazer maracutaia muito Brasileira e desprezível. Do tipo, prefeito de Chupinguaia(RO) é acusado de comprar leite de perereca para a creche. Daí na entrevista o prefeito caboclo solta aquelas "Veja bem, é uma prática comum na região..." Então entra a cara do William Bonner, sem dizer nada.
Situação 3 - Reticente
Essa daí é o seguinte. Sempre quando há algum assunto delicado na pauta, é complicado fazer cara de reprovação ou qualquer outra expressão que possa ser mal ou bem entendida pelas comunidades relacionadas ao assunto. É porisso que quando se anuncia um atentado à bomba palestino à um mercado com 100 mil judeus, e quando de um ataque do exército de Israel à uma comunidade de 100 mil palestinos a cara é sempre a mesma, um misto de pânico, deboche, reprovação e aprovação, com vistas à confundir o povão e querendo dizer "Você não tem nada com isso, é muito complicado e só daqui a pouco falaremos do framengo...".
Após isso vem a novela, daí já não manjo mais nada... A moral disso tudo? Sei lá, nenhuma.
O que está "In": Responder o Boa Noite do jornal nacioneba.
O que está "Out": Dar sinal com a mão pro metrô parar. Nada a ver. Muito paulistano aro grosso isso.
...e não me venha com chorumelos!
1 Comments:
Muito boa essa sua "análise", Chauffeur!
Que tal fazer uma do "Mesa Redonda"? Se bem que já não é mais o mesmo, como nos velhos tempos, em que só faltavam sair no braço.
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