Mais uma daquelas...

Viagem de ônibus é uma bosta, não me furtei em dizer isso outras milhares de vezes por aqui. E desta última viagem que retorno, não poderia ser diferente.

Pois bem, peguei um tubo na empresa Reunidas em São Paulo - Barra Funda neste fim de semana rumo ao interior de São Paulo que sabe-se lá porquê um Raposo Tavares da vida deve ter se metido a besta de penetrar. Tudo ia bem, ou melhor, mal como sempre. Eis que com repente uma certa marofa de cigarro (do fraco) invade o ônibus. Cabeças se levantam em busca de um suspeito. Olha de lá, olha de cá, e nada. Segundos depois aquela freiada brusca, não na minha cueca e sim no ônibus. O pobre piloto ao perceber a marofa parou o busão e abriu a porta também buscando um suspeito. Aí foi aquela euforia geral, cabeças se levantando e nada de alguém estar fumando...ah, então, me sai do banheiro do ônibus com a maior cara de bunda já vista uma madama. "Êêêê...Uhh...Tsc tsc tsc" exclama a geral. Não tinha como negar, a rapariga estava a fumar no banheiro (sem janelas) do ônibus com ar-condicionado achando que ninguém perceberia. Pobre potra. E ainda saiu com cara de que não sabia o que acontecia, levou um olhar de reprovação do piloto, e viagem seguiu.

Mal sabia eu que o melhor estava por vir. Quando chega na tão esperada parada abusiva da empresa Reunidas, chamada "Alameda", é que o negócio pegou. Aliás, este centro de conveniência da Reunidas, o Alameda Quality Center, merece um capítulo a parte. É impressionante, parece um shopping, tem até cinema dentro, e o bizarro...o ambiente exageradamente branco parece saído de um filme do Kubrick, telões de prasma pra tudo quanto é lado, mostrando imagens de pessoas felizes e dizendo mensagens agradáveis. Incrusive, no banheiro tem uma touch-screen que interativamente faz um teste de qualidade perguntando coisas do tipo "Você encontrou algum mal cheiro neste recinto?" Hahaha..não, mas deixei. Abusivo porque fica à 5 horas de São Paulo, em Bauru, te fazendo realizar coisas como usar o banheiro do ônibus, passar fome, entre outras. Pra quem dúvida www.alamedaqualitycenter.com.br

Pois bem, foi nessa parada que a madama e o motorista (bom nome pra filme nacioneba) iniciaram a celeuma, que resultando numa quase-vias-de-fato, conjugou na verdade um motim. O piloto acusava a mocréia de fumar, e a mocréia acusava o mesmo de falar ao celular enquanto dirigia o ônibus. Viva o Brasil! Foi nessa que ouvi alguma alma complacente dizer ao motorista, "Ela está errada de fumar... mas isso é dependência química, eu já passei por isso. E é um absurdo esta parada depois de 5 horas!", pronto, foi o catalizador. A geral fadigada comprou o fato e iniciou-se o motim. Daí a pena vôou, culminando na revolta do piloto que bradou "Eu não dirigo mais esse ônibus!" Puta que o pariu, era o que eu precisava. Viva o Brasil de novo!Confesso que pensei em ser o estopim do caos gritando "Vamos queimar/virar o busão!!".

No fim das contas, o motorista e a geral concordaram em seguir viajem, acompanhados por um encarregado da empresa que iria junto para certificar-se de que o piloto não jogaria o corpo de ninguém no meio da estrada. E viva o Brasil.



... e não me venha com chorumelos!