Ao ler a nota de falecimento do ex jogador de futebol Jair Rosa Pinto, o "Jajá", soube que seu corpo seria cremado no fim da tarde. Para os que não conhecem, ele era titular desastre do Maracanã em 50, ou o Maracanazo.
Ora, cremado? Que injustiça, um jogador que coloecionou títulos com as mais respeitadas camisas de times brasileiros, jogou ao lado de Pelé pelo Santos e defendeu a seleção (que na época ainda não era canarinho), não terá uma morada enterna na terra.
Existe algum lugar na nossa constituição que proibe, a profanação de corpos humanos. Acho esse negócio de cremar tão vil quanto qualquer outro tipo de profanação. Além do espetáculo pirofágico e cruel de destruição da corpo humano, tal ato ainda priva aqueles que por ventura quiserem ter um lugar determinado para se sentir mais perto ou orar. E mais, tantos os que ficam como o que vai, têm retirado o direito de uma representação da presença do segundo no globo terrestre. Estou certo que se os parentes e amigos vissem a pessoa sendo cremada ficariam traumatizados pelo resto de suas vidas.
Minha querida desafeta literária pode dizer que se víssemos um ente querido em decomposição também ficariamos traumatizados. É verdade, mas primeiro, seria a natureza e não nós que destruiríamos seu corpo, segundo, só poderíamos vê-lo neste estado caso retirássemos de sua cova após algum tempo. Coisa que não seria possível com o dito reduzido a cinzas.
Algo que li, que não sei se merece crédito, é que o costume de jogar as cinzas no mar tem causado probelmas ambientais. O que me preocupou é que, no caso deste jogador, a familia irá pedir para que suas cinzas sejam espalhadas pelo Maracanã. Torço para que isso não aconteça, pois mesmo não tendo visto a copa de 50, sei que corremos um risco muito grande ao deixar sua sombra se eternizar no gramado da maior tragédia brasileira. E tenho certeza que todos que viveram aquele momento certamente concordarão comigo.
… e não me venha com choumelos!
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