... e não me venha com chorumelos!

Insanidades e afins postadas pelas mentes mais obscuras que rondam o meio virtual.

domingo, novembro 27, 2005

orgia numérica

a OMS divulgou um plano que mostra que para diminuir o número de casos de SIDA e DSTês na próxima década serão precisos 20 bilhões de preservativos.

serão 2 bilhões de preservativos por ano (se não houver nenhuma revolução sexual ou orgia coletiva que leve a um aumento das práticas sexuais), 166.666.666,66666666666666666666667 por mês (desconsiderando épocas festivas em que há um aumento da frequência sexual por questões culturais),
38.356.164,38356164383561643835617 por semana (desconsiderando qualquer outra coisa), 5.479.452,0547945205479452054794521 por dia (desconsiderando feriados religiosos, jejuns e afins). estimando uma população mundial sexualmente ativa de 6 bilhões (de 14 a 70 anos) para a próxima década, temos que cada cidadão do mundo sexualmente ativo tem direito a 0,0010958904109589041095890410958904 preservativos por dia (o plural aqui é mera ironia).

preservativos devidamente repartidos, somente se 1000 pessoas se juntarem num mesmo local no mesmo horário haverá um preservativo inteiro (e ainda sobra 0,0000958904109589041095890410958904 de um preservativo), de modo que por dia apenas duas em cada mil pessoas poderão transar de maneira segura pelo tempo de uma ejaculação - e de modo que se ocorrerem mais 100 mil desses encontros completaremos 9 camisinhas com o restante de cada camisinha montada. logo, no 100.000º encontro poderão haver 10 transas (20 pessoas em cada mil transando ao mesmo tempo) praticadas de maneira segura.

trabalhando com essa população mundial sexualmente ativa de 6 bilhões (na próxima década) e ignorando que nos agrupamentos de 1000 hajam pessoas sem sua cota de preservativo, temos que pode haver 6 milhões de agrupamentos de mil pessoas. então no momento que esses 6 milhões de grupos se encontrarem, teremos 60 milhões de transas aptas a ocorrer de forma segura pelo mundo.

60 milhões de transas permitidas por dia. como somos 5 bilhões sexulamente ativos, se você for o primeiro a transar de maneira segura, só poderá voltar a transar novamente depois de 2,5 bilhões de transas (considerando meio a meio no gênero, contando com o bom senso geral da população para respeitar a vez de cada dois transarem e desconsiderando brochadas e cú-doces e demais desistências), o que equivale a 41,666666666666666666666666666667 dias de abstinência. ou seja, se sua transa ocorrer à meia-noite de 1º de janeiro de 2011 (quando começa a próxima década), você só poderá plantar a mandioca de maneira segura novamente às 16 horas do dia 10 de fevereiro (considerando tudo que falei antes). ou seja, você poderá ser um dos poucos sortudos entre 5 bilhões que poderão transar durante um dos dias do carnaval de forma segura (sem considerar que o carnaval não é comemorado no mundo todo e que sua data varia de acordo com um feriado católico) tendo transado também na virada do ano (desconsiderando o ano novo judeu e o ano novo chinês e o ano novo islâmico, só para citar alguns).

falando assim, realmente fica díficil controlar DSTês tendo que restringir tão matematicamente nossos instintos mais carnais, ainda mais no carnaval - além de ser muita responsabilidade envolvida numa única transa. é... tá ruim!

...e não me venha com chorumelos!

[schízein­­²phrén³ía­¹]º

ºtemos aqui, entre duas paredes, as personagens substantiv
¹do grego tenho que ao tônico que ocorre em substantivos eruditos ou semi-eruditos, já existentes no grego, ou formados no vernáculo, a função de moléstia;
²do grego também, tenho que ao elemento de composição, usado pela área médica, cabe o ato de fender, como o faz em cabeças, células, emoções e as demais coisas;
³do grego ainda e por quê não? tenho que uma das demais coisas será a alma e o espiríto - ó redundância cotidiana! -, atacada pela moléstia que fende a alma.

rodapé pronto, vamos direto ao assunto. pensava em Bakhtin quando percebi que aquele papo de discurso com muitas vozes, aquele negócio de assinar com nome diferente, aquelas mistura de termos e verbos e advérbios e complementos (pro)nominais, bem aquilo era moléstia em seu mais puro grau de ciência.

pois se ele dizia que um texto na verdade nunca era de autoria única, e sim de uma coletividade individualizada em átomo, então o que escrevo não deve ser assinado, ao menos não com meu nome. o discursista é então um esquizofrênico, pobre coitado que tem a alma (muitas vezes simbolizada pela cabeça, onde fica o cerébro, local de ação de patologias psicológicas) dilacerada e como que por cissiparidade, acaba por carregar muitas almas. e alma pesa!

pesa tanto que é mais fácil carregá-las como som do que como matéria (apesar de alma não ser matéria, enfim) e aí chegamos num ponto que a física não chegou, mas que o cerébro desbrava há muito! o russo lá pegava essas vozes, que um dia foram matéria, e as transformava novamente em matéria, também codificada. tudo à base de carbono e outras letras. então ficava assim, um texto esquizofrênico, cheio de vozes. porém eram vozes exorcizadas, não ficavam por aí rondando e perturbando. ficava tudo catalogado, registrado e avaliado, sem voar. mas era a esquizofrenia controlada, dominada pela aguda ponta de grafite ou de pena ou bolígrafa; era a terapia literária. mas acabou não dando muito certo, senão o mundo não estaria tão cheio de fendas com está hoje. too many protest singers, not enough protest songs, situação análoga. muito barulho por pouco.

e por falar em voz e código, li há uns tempos que uma pesquisa de alguma universidade por aí no velho mundo (ou no novo, não sei, o mundo não foi criado de uma vez só?) que os cientistas concluíram que a voz da mulher compreende uma gama enorme de frequências que precisam ser codificadas pelo cerébro humano para assim ser entendida. nos homens, isso tem um efeito bastante interessante: o cerébro masculino precisa se esforçar mais que o normal para entender o que as mulheres dizem, daí a ocorrência comum de maridos que dormem durante o parlatório pós-coito - bem, talvez aí não seja apenas a voz feminina. como a voz da mulher exige mais cerébro masculino, há um cansaço mental maior e consequente desinteresse de nossa parte - portanto não nos culpem caras leitoras!, somos apenas vítimas de vocês mesmas, digo de suas vibrantes e delicadas cordas. daí também uma conclusão: esse resultado talvez explique o fato de que grande parte dos esquizofrênicos e outras pessoas que sofram de alucinações (essa derivada do latim mesmo) ouvirem vozes masculinas. trata-se de uma quase obviedade: é mais fácil criar uma alucinação mais simples do que uma complexa e é mais fácil gerar de maneira patológica uma voz masculina do que uma voz feminina - aquele papo de frequências codificadas, etc.

...e não me venha com chorumelos!

quarta-feira, novembro 16, 2005

Hallowen na casa do caralho!

É chegada a hora de mais um 31 de outubro. O que isso lhes diz?? A mim não diz nada! Nunca quando criança me comovi com isso, aliás nem sabia o que era isso! Fui aprender mais velho, nas diversas escolinhas de inglês que frequentei, quando já estava mais interessado nas meninas de sainhas curtas vestidas de bruxinhas, do que nos docinhos que por ventura deveria vir a receber.

Patrióticamente falando essa é uma festa estrangeira que só demonstra o quão submissos nosso país é, desta vez culturalmente. E não é só por que a festa não é nossa, mas por que não se encaixa nos nossos padrões festivos. Desde o carnaval, passando pela festa junina, chegando ao bumba meu boi podemos encontrar algo que seja um pouco do povo brasileiro. Com sua raiz predominantemente católica que direcionou sempre os caminhos as serem trilhados, mesmo que isso signifique o desvirtuamento dessa mesma religião, e principalmente com a capacidade de fazer festa com temas pouco festivos, com seus regionalismos e tudo o que é próximo ao seu viver.

!Cada povo tem o direito de inventar as suas festas, parabéns aos americanos por esta. Só não venha me dizer que uma abóbora em forma de cabeça está no imaginário de qualquer cidadão brasileiro. Antes fosse o chupa-cabra! E pra não dizerem que ninguém liga pra história do boto por exemplo, lá em casa trabalhou uma senhora por muitos e muitos anos que, jurava de pé junto já te-lo em sua transformação de boto para homem! É sério!



Eis que me vem umas crianças encherem o saco lá em casa pedindo balas no começo da noite do dia 30. Como iria lembrar que era hallowen para comprar balas?? E elas ainda estavam no dia errado. A partir da negação de gostosuras os pirralhos enfiaram pasta de dente no porteiro eletronico da minha casa… sorte delas que eu não estava lá nessa hora, porque com toda a certeza no mínimo obrigaria tais crianças, puxadas pela orelha, limparem tudo direitinho. Não sou de dar escandalo nem de arrumar brigas, mas ai se nessa hora algum pai me viesse com chorumelos…

Repito, E NÃO ME VENHA COM CHORUMELOS!!!


prometeu_chorumelos@yahoo.com.br

sexta-feira, novembro 11, 2005

Gozou sem dar: Tomou a pilula da contradicao!

“Mulher de amigo meu pra mim e otimo,” ja disse o mestre Falcao. Nessa epoca de badamecos e meirinhos, falcatruas e meneios, ha que se admirar a honestidade dessa frase. Frente ao inevitavel de desejar a mulher do proximo, o menestrel do Ceara se viu despojado da contradicao que permeia a humanidade desde que pentear macaco significava dar carinho a esposa. E cada vez mais vivemos contradicoes e acreditamos enxergar a verdade. Pobre Lula, que vossifera bravatas em defesa da contradicao petista que come churrascada no Torto e arrota merda no ventilador.

Contradicao nao e dilema. O processo acontece no bojo do ser, nas atitudes desencontradas que vem a baldear aquilo que chamamos de consciencia. Mas pensar muito antes de dormir e coisa de filosofo, pensamos, entao nos botamos a tirar aquela pestana nos bracos de Morfeu. No dia seguinte, mais do mesmo. Na contenda diaria a dar significado a vida, coloca-se um durepox nas rachaduras entre ideologia e acao. Dissionancia cognitiva das brabas. Viver em dilema e muito mais facil. Dilema e uma simploria situacao de decisao. E por mais que toda decisao resulte em algum tipo de exclusao, na hora do vamos ver, sacrificio nao e apenas oferecer algo em estado de abundancia, mas o ato de abdicar daquilo que vai fazer falta. Trocando em miudos, sacrificio nao e a rejeicao do que nao possui valor, mas do precioso. Detarte, nem toda decisao se equaciona em sacrificio.

Contradicao e um processo mais complexo que acontece em silencio, quase invisivel aos olhos. Quer dizer que a menina crente goza, mas nao da? Nao perde o cabaco mas deixa a inocencia pra posteridade? Inocente era o porteiro do meu predio que acreditava no Boitata! Ou sera que o namoro nos moldes “cristaos” significa apenas nao deixar o membro latejante se acobertar? Nao me tomem por moralista ou beato. Nao estou aqui para assacar ninguem ou perpassar uma imagem que nao me representa. Mas muito me intriga como as religioes sao pilhas de contradicoes inexoraveis. Camadas de ditos pelo nao ditos. Bem que os comunas ja avisavam o poder ilusorio.

Impavidos foram os comunas a apontarem as contradicoes capitalistas. Mas Perai, nao foi o socialismo que foi pela descarga ideologica dos anais da historia cheio de contradicoes? Tem que ter algo de errado com uma sociedade igualitaria cujos maiores produtos sao putas alcolatras e alcolatras putos? Nao ha por onde: contradicoes permeiam, dao forma e sao o cimento social. Enquanto isso, as aguias americanas vendem a paz com guerra e causa social em pulseiras de borracha produzidas com trabalho semi-escravo no sudeste asiatico.

O processo contraditorio, de modo geral, e um processo inconsciente. Quando vai ver ja foi. Ejaculacao precoce moral. A hora que o Luiz Inacio percebeu, o PL ja estava com pompa do poder comendo coxinha no buteco superfaturado do planalto. Isso sem falar, no plano cultural, daqueles que depositam suas identidades e seus anseios por originalidade em artistas que sao a rigor um produto tao comodificado quanto o que esta ai no mainstream. A contradicao permeia qualquer sistema de valores, moral e etica. Seriam os cyber-punks, tipo Mad-Max, a resposta?

Agora, quando contradicao e praticada de forma consciente, o nome muda. Na minha terra se chama picaretagem.

...e nao me venha com chorumelos!

sexta-feira, novembro 04, 2005

Individualismo, iPod, Celular: um jovem querendo ser "diferente"

Vida de homo sapiens pos-moderno no segundo milenio nao e facil. Enquanto perecem ou simplesmente nao florecem ideologias que sirvam de contra-ponto ao capitalismo, o mercado de ideias faceis se abarrota em cambulhada de tendencias e opcoes. PT ou PSDB? Faustao ou Silvio Santos? Manteiga ou Margarina? Se A=B e B=C, A=C, porra! Tal e o nivel de fragmentacao da sociedade que o resultado nao poderia ser outro a nao ser a pressao sobre o individuo.

Desde que Woodstock virou fumaca literalmente, vivemos a escalada para um mundo cada vez mais individualista que vai aos poucos transformando o senso comunitario em algo para posteridade. Coisa para historiador contar. De nada adianta argumentar que comunidades como o orkut ou que pessoas que frequentam o mesmo clube de campo ou sindicato sejam as comunidades do seculo XXI. Toda comunidade tem uma historia a contar, e os membros nao precisam estar em dia consigo mesmo para serem funcionais ao todo. No frigir dos ovos, viver em comunidade requer sacrificio. Entrega-se pelo bem estar comum. Quem faz isso hoje em dia? Nao e facil sentar num trono recem-usado. Outrossim, comunidades virtuais ou clubes de campo, nada mais sao do recantos no qual similares estilos de vida se encontram.

O individualismo, ao contrario, prescreve que primeiro o ze ruela esteja bem consigo mesmo. Escolhe-se religiao, filosofia, visoes politicas, musica e cultura unicamente baseados na aquietacao de anseios internos. Nao ha verdade exterior. Moral acaba por tornar-se valores internos que pouco consegue se explicar, mas sente-se. Nem Weber (ou seria Platao? Ou Durkheim? Ah, sei la...foi um desses desocupados) poderia imaginar que a caverna com as sombras projetadas na parede seria tao pequena. Tao pequena que parece aqueles quartos de hotel japones no qual so cabe uma pessoa deitada e uma bufa pode ser fatal. Cada vez mais somos impedidos para olhar para fora e avistar o sol da verdade. E cada vez mais a caverna que nos prende calcada no valor que se da ao individuo.

A pressao causa ansiedade, estresse, frustracao. Faca uma rapida pesquisa no orkut (orra, to citando novamente o site criado pelo incompetente de Stanford), e veja quantas pessoas afirmam em seus perfis (vamos combinar que eu nao falo “profile” nem “add” quando se pode usar “perfil” e “adicionar”) quererem ser “diferentes.” O jovem hoje em dia sente necessidade para ser unico. Porem, e possivel ser diferente numa cultura canibal? E possivel alvissarar opinioes inteligentes e articuladas sobre qualquer assunto, dos mais ordinarios ate os percucientes? Muitos pensam que sim, no entanto, e estimado por ai que 2 semanas e o tempo que leva para um movimento nascer e cair em maos corporativas. O que vemos, ao final, sao jovens cheios de cliche buscando a afirmacao do ego atraves de ideias ralas que vem apenas a ser talheres postos na mesa capitalista. Ate mesmo o individualismo virou producao em massa.

O papo aqui tomou um rumo inesperado. Um meandro que espero nao ter causado prolongada capionga. O que acaba por bulir meu juizo e o advento do telefone celular e aquela porcaria do iPod, os instrumentos de encapsulacao do individuo nessa era do “self”. Os 2 aparelinhos mais desejados da atualidade tem na realidade um poder pervasivo e cumprem papel quintessencial na consolidacao da cultura individualista. Com fone nos ouvidos e 10 mil cancoes na memoria do aparelinho da Apple, o individuo desliga-se do mundo exterior e aqueles a sua volta acabam por tornar-se apenas vultos ou sombras. Cruza-se o mundo sem correr o risco de deparar-se com o desconforto de dialogar com estranhos. Ta ai, na verdade o problema do iPod. Alem de isolar, o produto e o que ha de mais moderno no que convencionou-se chamar de EgoCasting – fazer uso da tecnologia para criar programacoes que atendam as necessidades unicas do ego. Isso, indo mais a fundo, apenas serve para delinear problemas fundamentais com inovacao cultural. Como pode haver inovacao se castrado e o contato com ideias as quais nao estamos acostumados? Uma verdadeira prova de evitacao seletiva existe. Por essa nem a etica protestante esperava.

Para finalizar, pois sinto o bafo de onca do leitor ao bocejar, o telefone celular tem a mesma logica do iPod. Fala-se com quem deseja, a hora que quiser e sobre o que quiser. Em outras palavras, fala-se com quem se conhece e sobre o que se conhece. Evita-se o contato com o desconhecido. Ha bem da verdade, e de cozir os ovos estar no meio de uma conversa com alguem quando uma merda dessas toca e o seu interlocutor lhe fala, “Espera so um pouquinho.” Complicado se engajar dessa maneira. Isso sem falar nos efeitos negativos que o celular implica na pontualidade das pessoas e na reducao da profundidade de dialogos.

Depois de analisar a morte das comunidades, da turbinada do individualismo, da mesmice paradoxal da cultura jovem, da fragmentacao da sociedade moderna e citar a etica protestante e mais alguns pensadores, confesso: sou um jovem prolixo. So queria dizer que nao tenho celular nem iPod.

...e nao me venha com chorumelos!!!

quinta-feira, novembro 03, 2005

A TV me leva pela mão....

É foda, quando a idéia vem há de se escrever. Estava meio dormindo, meio acordado, em função de uma merda de um despertador que não queria entrar em acordo com minha pessoa, quando o dia alvoreceu e com ele minhas idéias. É claro que nada de novo, mas coisas que você vai amadurecendo com tempo. Sem mais rodeios, o assunto é relacionamentos. Ultimamente tenho me metido muito nessa coisa (na discussão), e cada vez me decepciono mais e mais, pois é impressionante a dificuldade que se encontra ao tentarmos curtir alguma coisa pura e simplesmente sem sentimento de culpa e/ou obrigação. E isso começa no controle invisível da sua vida. Digo isso pois hoje as pessoas se sentem cada vez mais culpadas por atos corriqueiros do tipo assistir TV, fumar, dar ou receber chocolate de presente. Saiu no sol: "Putz, protetor solar!". Vai pilar alguém e tome camisinha no instrumento. Cobrir, evitar, ferver...Tá certo que algumas coisas fazem mal, mas a pessoa tem que ter o direito de dosar e ponderar tudo isto, afinal tudo faz mal.
Enfim, me deparei frustrado frente às idéias que algumas pessoas tem de um relacionamento. Sei lá, nunca me passou pela cabeça que casar, por exemplo, fosse algo próximo da faixa etária dos colunistas que aqui vos presenteiam. Eu quero casar, não agora nem amanhã e nem daqui à 5 anos. Pra falar a verdade eu gostaria aos 60, e com uma garota de 18, mas sei que isto vai acontecer bem antes. Porém, não fico com esta idéia fixa na cabeça, e quando estou com alguém não fico pensando que casar-me-ei um dia com a criatura. O infeliz na história, e que espanta não só a mim, é que várias pessoas pensem assim, mulheres em sua maioria....mas homens também. Colocam em sua cabeça que não querem perder tempo em relacionamentos que classificam como "fúteis e infrutíferos" (que eu chamo de putaria) e que se estão com alguém é por que acreditam piamente que irão casar com aquela pessoa. Pausa pra exclamação.
Podem me chamar de rabugento perseguidor e teorético conspiratório, mas quando muita gente jovem pensa muita besteira igual, pra mim só pode haver uma explicação: A tele-novela antenada Malhação. Eu sinceramente não sei se esse tema já foi ou é lá explorado, mas é a cara do detento o ser. O que se pode esperar de um enredo que usa expressões como "irado" e apelidos como "TDB"? Se alguém gosta, problema, eu só gosto das ninfetas que "trottoam" por lá. E se não gostou do comentário clica ae no seu lema, vai viver seu mundo feliz e não me enche o saco.

Eu sou Antenado!


Me sinto abençoado por ter discernimento, nem que seja para discernir errado, mas qualquer um que o tenha não entrega os rumos de sua vida (em qualquer sentido) à um programa imbecil da globo ou à um livro do tipo "Quem mexeu no Queijo do Pai Rico?" ou coisa assim. Isso sem contar o filme que prometi produzir chamado "O Casamento Grego do Melhor Amigo de Bridget Jones", vai ser um estouro! Enfim me fundamento. Creio que um relacionamento é algo que tem de ser construído (ou destruído) aos poucos. "Relação", duas pessoas diferentes, duas unidades incomuns e imcompatíveis a priori, um e um, 1+1=2 e eternamente tentando que o produto seja 1, e como algo que se constrói, feliz se (veja bem, SE) o final for o matrimônio sob os olhos Daquele que você não acredita, mas o faz apenas pra usar o vestido branco, ou salmon devido a perene pertinência dos tons pastéis. Enfim, em vez de pensar assim, de forma fluída, as pessoas pensam que tem de acreditar desde início na tal da união, como um fim, mesmo que você ainda não conheça picas (no bom sentido) da outra pessoa. Acho que esse povo pensa que casamento é promoção de celular, há uma confusão geral e a incapacidade de analisar de cima a situação, a vida, e acabam entregando seu rumo à uma emissora de TV. Pois é, essa que só está tentando te levar pela mão da Malhação à novela das sete, e depois aos assuntos sérios (então tá...) do Jornal Nacional que pensa que é de extrema pertinência você saber que nasceu um urubu branco no zoológico de Londres. Ainda mais agora que as novelas se tornaram uma vitrine escancarada do que acham que você tem que pensar, os assuntos mudam semanalmente. Primeiro é desarmamento, e se cria um roteiro inteiro voltado pra isso, depois racismo, depois o Brasil inteiro tá discutindo sobre se uma biba dá um beijo em outra biba ou não, e na convulsão política e social em que nos encontramos, quando o assunto é tocado todos se limitam a dizer "Ah, o Lula é ladrão.", como se esse fosse uma entidade, tipo o soldado amarelo do Vidas Secas de Graciliano. E poraí vai, e tem gente que ainda vai dizer que é uma prestação de serviço introduzir essas discussões na sociedade já que muita gente assiste a novela e blá blá blá....Vai pentear macaco. Eu não assisto novela porque não consigo, não me agrada e não me prende a atenção, e diferentemente do que alguns devem estar pensando agora, eu não ligo de ver duas bibas se beijando, problema é deles...ou delas, sei lá (ah se meu vô vivesse pra ver isso, não haveria nascer do sol para a raça humana...), e se pertencesse à alguma igreja limitaria a me confortar com a idéia de que as almas deles seriam encomendadas ao inferno, como fazem os fiéis mais ortodoxos. Aqui cabe um parênteses, não estou discriminando bibas. Alhures fosse, onde a liberdade é representada por uma estátua e não pelo alvorecer do astro rei, creio que estaria fodido. A bem da verdade, atualmente, há de se ter medo de assumir a condição de hetero, é capaz de te apedrejarem. Mas ainda me contento, pois como diria um sabio profeta, "pior seria se pior fosse."

...e não me venha com chorumelos!